
BETTIE SERVEERT
Sabe aquelas bandas , as quais você escuta apenas um disco, somente este e ele é totalmente especial para você? Então, existem inúmeros disquinhos assim comigo.Seguramente, um dos mais espeiciais é o do BETTIE SERVEERT, banda Holandesa , cujo seu disco de estréia PALOMINE, lançado em 1992, figura-me como um clássico.Pensei em resenha-lo, porém achei melhor prestar duas homenagens.Vou postar na integra, a resenha feita por Jussara Neves, que lá pelos idos de 1994 comandava o zine Planet Of Sound.Foi Jussara quem me apresentou a banda e o texto da moça esta ótimo.
BETTIE SERVEERT
( publicado originalmente no fanzine Planet Of Sound, Outubro/1994, Número 3)
Poderíamos gastar um bom número de mal traçadas linhas fazendo trocadilhos infames sobre vaquinhas, laranjas mecânicas e países baixos, entretanto vamos direto ao assunto: o Bettie Serveert é a melhor coisa surgida na Holanda desde Gullit.
Antes de formarem o grupo em Amsterdam, Carol Van Dijk( vocais e guitarra), Herman Bunskoeke(baixo), Berend Dubbie (bateria) e Peter Visser (guitarra) tinham algumas ocupações interessantes: Carol trabalhava com desenhos animados; Herman , o único que já estava no ramo, era DJ; Berend fazia locução de comerciais para a tv e Peter era um mal remunerado pintor.
Além dos empregos convencionais, os integrantes do Bettie Serveert, já na casa dos trinta anos, contabilizam em seus currículos muito tempo de estrada e de inestimáveis serviços prestados ao ronck´n´roll, com passagens por diversas bandas que não chegaram a decolar e foram acometidas por mortes subidas e anônimas.
Com você, a sensibilidade e sagacidade em forma de gente, deve ter percebido a esta altura do campeonato, ninguém do grupo chama-se ´Bettie´. Então, ora bolas, de onde eles tiraram esse nome? O peculiar batismo, BETTIE SERVEERT, cuja tradução é ´Bettie Serve´, é uma ´licença poético-esportiva´ de um programa de televisão homônimo, apresentado pela tenista Bettie Stove, a primeira e única.
O álbum de estréia, o maravilhoso ´PALOMINE´, teve uma recepção pra lá de calorosa por parte do público e crítica, algo que deixou a própria banda de boca aberta, já que nenhum deles, em sã consciência, esperava um sucesso tão grande logo de cara. Apesar da surpresa, todos no grupo são unânimes em achar que , depois de ralar tanto tempo no underground holandês, estava mesmo na hora do BETTIE SERVEERT começar a colher os louros da fama e levar uma vida mais abastada.
O disco abre com ´Leg` e traz um deslumbrante par de versões para a faixa-título: “ Palomine”. No recheio, as deliciosas ´Kid´s All right´, ´Brain-Tag´, ´Under The Surface´ ´Sundazed To The Core´, a minha predileta ´Tom Boy´ e ´Balentine´, com uma guitarrinha a lá Nirvana na intrudução.
Resumo da ópera: ´PALOMINE´ é um disco brilhante. Ele, na verdade, só apresenta um pequeno problema: você não consegue mais tirá-lo! Prepara-se, então para agüentar a reclamação dos vizinhos e a sua família resmungando o clássico ´será possível que você não tem outro disco?´. Agora, uma vantagem, caso você venha a adquirir ´PALOMINE´ em CD: você pode contar com a avançada tecnologia laser como importante aliada, afinal , para nossa sorte, o CD não fura. Aliás, se fosse o caso, a minha bolachinha deveria ter um furo enorme em ´Tom Boy´, alguma coisa entre o buraco da camada de ozônio e o rombo da previdência.
BETTIE SERVEERT
Planet OF Sound zine