terça-feira, abril 26, 2005

EDGAR LEE MASTER

Revendo textos passados#

MAS UM MESTRE DA LITERATURA MUNDIAL
* A SÓBRIA EMBRIAGUÊS

bY Aldemi (publicado originalmente no Mutante Zine nº2)

Novamente aportamos em mais um "Especial" para darmos uma abordagem relâmpago na vida desses deliciosos mestres da poesia, ou como preferirem, na vida desses loucos, que vai e vem nos surpreendem com palavras-meteoro induzindo a mente a pensamentos viajantes e, por vezes cavilosos.E chagamos falando de outro americano, Edgar Lee Master, cuja poesia assusta pela descarada simplicidade e vigor em transmitir afetações políticas dignas de um ser humano doentio que sente mais do que respira.

Nascido em Kansas e advogado em Chigado de 1891 a 1920, fez faculdade de literatura , a princípio , sem nenhum interesse e muita distração. Mas, como em qualquer outra história romântica de como começou a fazer poesias, o rapaz se interessou por poesias e veio a publicar seus primeiros trabalhos em 1898, chamado de "A Book of Verse", que passou completamente despercebido pela crítica especializada. Foi então que ele resolveu escrever um livro que nada mais fosse que epitáfios em verso livre revelando as vidas obscuras de pessoas enterradas num cemitério do Meio-Oeste. O livro chamada-se "Spoon River Anthology" e foi lançado em 1915, tirando-o do anonimato e tornando-se famoso. Depois disso ele ainda lançou vários e vários livros, procurando seguir a mesma linha que o consagrou, só que sem a mesma criatividade. Passou a lançar livros com poemas dramáticos e são de sua lavra, também, estudos biográficos, onde se destaca "Lincoln, The Man" (1931), atacando ferozmente o seu biografado.

Poeta de consisão marcante e envolvido de uma simplicidade aterradora, os textos de MASTERS trazem um senso de leveza na leitura e uma consistência gloriosa no conteúdo, revelando-o uma figura sóbria no que se refere a sua embriagues interna e revelando-nos detalhes grotescos e essenciais dentro de qualquer trama sentimental, o que nos faz pensar em voltar e refazer tudo de maneira mais sensível possível.
Existe outra bela qualidade nos textos do rapaz,que é a qualidade de descrever personagens instigantes,tenebrosos, românticos e suaves, dotados de realidade mas envolvidos em poesia. Resta agora imaginarmos o poético dentro do inusitado e aceitar a característica enigmática e insofismável da beleza dos textos do mestre EDGAR LEE MASTERS(1869-1950).

MINHA LUZ JUNTO À TUA
EDGAR LEE MASTERS

Quando os barcos tiverem sido devorados pelo mar,
E os pináculos e torres
Voltarem às colinas,
E todas as cidades
Se unirem com as planícies outra vez,
E a beleza do bronze
E do aço e força
Sejam dispersos sobre os continentes silenciosos
Como se dispersa a areia no deserto -
Meu pé junto ao teu para sempre

Quando o desatino e a sabedoria não mais existirem,
E se tenha o fogo extinto,
Porque não mais exista o Homem;
Quando o mundo morto, lentamente girando,
Se deslocar à toa e tombar no vazio -
Minha luz junto à tua
Na luz das luzes para sempre.